Precisa ser nativo para ser professor de inglês em Londres?

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Ser professor de inglês no Reino Unido é um dos sonhos de muitos teachers. Mas afinal, é preciso ser nativo para conseguir um trabalho em Londres? Neste por eu falo um pouco sobre as verdadeiras exigências dos britânicos com relação a profissionais da área de ensino de inglês e como sem ser nativa eu consegui trabalho em duas escolas em menos de um mês procurando.

Vamos aos critérios por ordem de importância:

Direito de trabalhar no Reino Unido

O primeiro critério é o mais objetivo de todos: direito de trabalhar legalmente no Reino Unido. Se você quer procurar um trabalho de professor de inglês você precisa ter:

a. permissão para trabalhar (passporte europeu ou visto)

Mesmo com o Brexit, europeus ainda têm direito de trabalhar legalmente no Reino Unido. (Como hoje é 15/03/2020, se você estiver lendo isto em uma data futura, confira esta informação.) Se você tiver um passaporte de um país europeu, você tem o mesmo direito de concorrer a vagas de trabalho com os britânicos. De fato, é crime recusar um candidato com base na origem étnica, nacionalidade ou origem nacional:

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TOP TIP: isso é tão sério aqui que, de fato, não incluímos etnia, orientação sexual, estado civil ou idade num currículo. E caso seu entrevistador pergunte isso, você tem direito de argumentar que sofreu discriminação.

Quem tem apenas o passaporte brasileiro precisa de um visto. Esse visto, via de regra, é o visto de reagrupamento familiar, ou family permit, normalmente concedido por casamento ou por ligação familiar com alguém que tenha direito de morar e trabalhar aqui. Caso você venha como turista você poderá permanecer no Reino Unido por até 6 meses mas NÃO poderá exercer atividade remunerada. É praticamente impossível conseguir um trabalho de professor nessas condições, tendo em vista que há uma oferta grande de profissionais no mercado e o gasto para se obter um visto de trabalho para alguém é alto. Com isso, não vou dizer que é impossível, mas acho muito difícil alguém conseguir um um job offer sem a permissão para trabalhar.

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No meu caso, eu tenho o passaporte italiano. Logo, só precisei apresentá-lo.

TOP TIP: como não incluímos informações sobre nacionalidade no currículo, eu escrevi simplesmente “eligible to work under EU and Brazil’s and the UK’s labour regulations”.

Qualificação em ensino

O segundo critério a se considerar são qualificações. No Brasil, para ser professor de inglês em cursos livres você não precisa de qualificação nenhuma. De fato, em todo o meu histórico de professora em diversos cursos, nunca me exigiram que eu sequer comprovasse que me formei no segundo grau.

Aqui as coisas são diferentes. Existem certificações e organizações profissionais para absolutamente tudo. Assim, se você não tem nenhuma qualificação profissional, será bem difícil você conseguir algo. A maioria das escolas exigem um diploma de curso superior, preferencialmente em Letras e/ou certificações em ensino, como o CELTA, DELTA e TESOL. Certificados como TOEFL, IELTS e CPE são um plus, mas não contam como qualificação. Qualificações obtidas online nem sempre são aceitas.

TOP TIP: se você pretende vir para o Reino Unido, tenha já em mãos seus certificados físicos, porque algumas escolas exigem que você apresente os originais. Na dúvida, tenha também a tradução juramentada do seu diploma de graduação. Em Londres principalmente as coisas costumam funcionar bem rápido, e pode ser que um empregador em potencial não tenha paciência de aguardar

Competência linguística e de ensino

Eu sei que na verdade esse critério deveria ser o primeiro, mas na verdade ele vem em terceiro lugar. Porquê? Well, porque se você não tiver os outros dois, em provável que você nem seja entrevistado (a na6o ser que você minta). No momento da entrevista, sua competência linguística será avaliada. Você não precisa ter sotaque britânico, mas precisa ter o nível C1/C2 de inglês. No Brasil. temos professores qualificados mas com o nível B2 e até mesmo B1 trabalhando em escolas. Aqui, acho difícil isso acontecer.

TOP TIP: se você tirou um notão no TOEFL ou IELTS, inclua essa informação no seu CV. Eu fiz questão de fazer constar minhas notas nos testes e acho que isso me ajudou bastante.

TOP TIP 2: Britânicos adoram CPD. Logo, treinamentos e conferências dos quais você participou causam uma ótima impressão.

Personalidade

Em uma das minhas entrevistas, a entrevistadora disse:

“My decision on whether to hire you will be based on a mock class. I will judge whether you taught what you said you would on your lesson plan, and whether the students liked the class. To me, that counts much more than your experience".”

Ou seja, seu classroom management conta e muito e a maneira como você responde perguntas sobre sua postura em sala de aula faz toda a diferença. De fato, um candidato simpático e seguro tem grandes chances de ser escolhido.

Seguem algumas das perguntas que respondi e que eu tenho certeza que tinham o objetivo de avaliar a minha maneira de conduzir uma aula:

  1. What is classroom management to you?

  2. How do you handle negative feedback from students?

  3. Tell me about a practical situation where you had negative feedback from a student

  4. How do you help slow students on a listening task?

  5. What do you do if students keep using their phones in class?

TOP TIP: sempre mencione quais as atitudes que você tem em sala de aulas para colocar seus learners no centro do processo de aprendizado, e o que você faz e/ou jé fez para trabalhar em equipe

Experiência

Last but not least, sua experiência no Brasil conta sim, mas não muito, uma vez que existe uma certa dificuldade para seu entrevistador verificar as informações que você incluiu no seu currículo. Seguem algumas ideias deixar transparecer que você é experiente:

  • Mencione os níveis que você ensinou, tamanhos das turmas e os materiais com os quais você teve contato em cada escola.

  • Algumas escolas pedem referees. Escolha pessoas que tenham email corporativo da escola onde trabalham e perfis no Linkedin.

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