Escola de Idiomas ou Professor Particular de inglês, qual é melhor?

For English, click here

Vou dividir os três critérios mais importantes na hora de decidir entre contratar uma escola ou um professor particular:

Preço

Definitivamente o primeiro critério considerado pelos alunos é o preço. De fato, a grande maioria das pessoas (senão todas) que me procuram interessadas nos cursos que ofereço pergunta, antes de tudo, quanto custam minhas aulas. Em 2018, por exemplo, dentre os interessados no meu trabalho, a grande maioria perguntou, antes de qualquer outra coisa, “qual valor das aulas”, ou “quanto custam as aulas”, ou “qual o preço”. Para nós, professores e escolas, essa pergunta pode ser um pouco frustrante. Afinal, muitas vezes o preço que cobramos reflete o quanto estamos dispostos a investir na qualidade do nosso trabalho, seja através de cursos e/ou ferramentas de ensino (veja aqui alguns dos investimentos que já fiz), seja através de infraestrutura adequada e confortável. Mas não adianta reclamar: esse é um critério importante e pelo bem da transparência e para poupar nosso tempo (e o do aluno em potencial) a pergunta precisa ser respondida o quanto antes.

Contudo, se você é um aluno procurando aulas de inglês, existe um detalhe extremamente importante: o valor da hora-aula e o preço de um curso não são, de fato, o que diferencia aulas particulares de cursos de idiomas. Isso porque temos um mercado amplo, com prestadores de serviços para todos os gostos e bolsos. Existem, de fato, professores dispostos a cobrar o equivalente a um curso de inglês com aulas em grupo, (que tendem a ser mais baratas), assim como existem escolas em toda faixa de preço, às vezes com aulas individuais mais em conta a até que o que um professor cobraria. A discrepância se deve ao mercado que o prestador de serviço quer atender, à razão entre oferta e procura, aos contatos profissionais e pessoais de cada um, e, claro, ao investimento do profissional na carreira de professor ou dono de escola.

Assim, quanto as aulas custarão por mês não necessariamente deve ser algo que determinará a escolha, mas é importante sempre perguntar o que a escola ou o professor oferece com pelo preço cobrado. Afinal, uma escola que tenha uma infra-estrutura fantástica com eboards e projetores nas salas naturalmente custará mais que uma que tenha uma estrutura simples com um quadro branco pequeno e cadeiras de plástico. Um professor com certificação internacional e materiais de última geração cobrará mais caro que um que simplesmente usa xerox de livros. Isso é algo que não deveria surpreender: a maioria de nós (myself included) sabe que dinheiro não cai do céu e com isso investimos no nosso negócio com os recursos que obtemos de clientes. E isso vale tanto para donos de escolas quanto professores particulares.

Uma solução interessante para a falta de disponibilidade financeira são aulas em grupo, que tendem a custar menos que aulas individuais, ou uma carga horária de aulas individuais mais reduzida. Algumas escolas costumam, inclusive, oferecer um sistema de convênio com empresas. Entretanto, friso: você encontrará tanto professores quanto escolas na mesma faixa de preço, que varia entre R$100 e R$600 por mês por aulas em grupo e em média de R$50 a R$150 por hora para aulas particulares.

Disponibilidade de tempo

O segundo critério para determinar a escolha entre uma escola e um professor particular é o mais importante, e muitas vezes o mais ignorado: qual a disponibilidade do aluno para aulas. Muitas vezes o aluno decide dar início ao curso pensando em quantas horas de aula quer ter por semana, sem antes organizar a agenda, ou sem considerar que outros compromissos vai ter ao longo do tempo. O problema disso é que tanto escolas quanto professores particulares não vendem “aulas”, mas sim a disponibilidade para elas. Assim, toda vez que um aluno precisa desmarcar, remarcar ou cancelar aulas, o que é afetada é a disponibilidade de quem foi contratado, o que muitas vezes inviabiliza a flexibilidade. De fato, a grande maioria dos alunos desiste dos cursos que inicia quando começa a “perder” várias aulas, ou quando sente a necessidade de um nível de disponibilidade do profissional/da escola que contratou que vai contra as regras contratuais e, consequentemente, ao que pode ser oferecido. O mais importante aqui é considerar como você pretende gerir seu tempo, e encontrar quem esteja disposto a atender você nessas condições. Se você não tem dificuldades para reservar dias e horários específicos para sua aula (o que não é o caso de 90% dos adultos), ignore esta parte e vá direto ao terceiro critério.

Veja alguns cenários de dificuldades de horário e as soluções que eu proponho:

a. Um aluno que precisa desmarcar aulas de última hora e quer repor depois

Escolha aulas particulares individuais com um professor particular, ou pague por horários extras.

Infelizmente, esse é o aluno que tem mais chance de ter dificuldades tanto com o professor particular quanto com a escola. No caso do professor particular a maior dificuldade é que o dia só tem 24 horas, e com isso nosso tempo é limitado. De fato, eu tenho uma média de 7 horas de aulas semanais que deixam de acontecer por imprevistos de última hora dos meus alunos, e com minha robusta agenda de 30 horas não fica viável para mim oferecer flexibilidade. Por isso, criei a e-class (veja como funciona aqui). Acredite: repor aulas desmarcadas na última hora é a maior causa de sofrimento e fim da vida pessoal de professores particulares.

Já com as escolas, a dificuldade é que o professor precisa ser pago para estar disponível, e com isso, dependendo da situação, é inviável deixar de cobrar do aluno porque, por lei o professor deve ser pago. Se a escola não paga o professor quando o aluno desmarca em cima da hora, então, bem, essa não é uma escola idônea e esse não é o tratamento que alguém que trabalha para uma empresa merece receber. Dificilmente esse professor se manterá animado, ou conseguirá prover o próprio sustento trabalhando com aulas.

Soluções:

A solução mais justa para lidar com essa dificuldade é pagar por aulas avulsas extras quando quiser mais flexibilidade, de forma que você que o professor tenha disponibilidade para você.

Assim, acredito que um professor particular com pouco tempo de mercado e/ou com pouca habilidade de marketing tenha mais chance de atender você com flexibilidade ampla. Entretanto, se a didática e a habilidade do seu teacher forem bons rapidamente a agenda vai encher, e com isso o nível de flexibilidade para mais horários que o contratado vai diminuindo. Com isso, prepare-se para ter seu teacher por pouco tempo.

b. Um aluno que desmarca aulas com antecedência, mas só pode repor aulas em certos horários

Aulas em grupo não funcionarão para você, uma vez que a ideia do grupo é que todos ofereçam a mesma disponibilidade. Assim, se você viaja a trabalho ou tem compromissos que impedem você de estar disponível em alguns dias da semana, mas você pode repor aulas em outros dias e horários específicos a opção mais eficaz é uma escola de médio ou grande porte. Pois é. Para o professor particular trabalhar assim é inviável a longo prazo (o dia só tem 24 horas). Para dar certeza de que o horário X estará disponível para reposições o professor não poderá firmar nenhum compromisso naquele horário. Ou seja, não fica justo. É comum que ofereçamos nossa disponibilidade para reposição dentro dos horários que pretendemos trabalhar, e que ao longo do tempo iniciemos novos contratos e compromissos da nossa vida pessoal. Assim, a única forma de garantir que o professor estará disponível é pagando por isso.

Já com escolas, especialmente as de médio e grande porte, a coisa costuma ser diferente: às vezes elas têm um quadro com vários professores e monitores à disposição para esse tipo de necessidade, existe sempre a possibilidade de contratar mais professores quando a agenda lota. Ou seja, existem mais chances de algum desses teachers poder oferecer uma reposição no horário e dia da semana que você quer. Isso, no entanto, dificilmente dará certo em turmas, a não ser no caso da monitoria que é a alternativa que algumas escolas oferecem para alunos que perdem uma aula. Um aviso: normalmente monitoria não quer dizer aula individual, então não espere da sessão de monitoria o que você quereria de uma aula individual.

Soluções:

  1. Escolha aulas particulares individuais numa escola e procure saber sobre sessões de monitoria e se é possível agendar reposições com um professor diferente do seu em horários específicos.

  2. Escolha um professor particular e pague pelo horário que você quer reservar: eu tenho um aluno, por exemplo, que contratou três horas semanais porque geralmente perde uma, mas quer garantir que tenha pelo menos duas aulas por semana.

c. Um aluno que não deseja/não pode ter um horário fixo

Oferecer ao aluno 100% de flexibilidade é o maior desafio de todos nós, e eu particularmente não acredito que essa seja uma boa proposta. Entretanto, existem profissionais que trabalham assim e têm alunos satisfeitos.

Solução: Se você não consegue ou não quer ter um horário fixo, a melhor opção é contratar uma escola que trabalhe com um sistema de rodízio de professores. Eu, particularmente, acredito que esse é um sistema que acaba tornando as aulas uma experiência menos personalizada, mas é o que se enquadra numa agenda assim. Pergunte se é possível agendar aulas em horários diferentes toda semana, com qual antecedência você precisa programar isso.

Objetivo de curto prazo

O terceiro (mas não menos importante) critério é o que você pretende fazer com o seu conhecimento de inglês. Eu costumo dizer que todos os caminhos levam a Roma, a dificuldade é escolher qual percorrer. Ou seja: tanto numa escola quanto com um professor particular você vai aprender inglês a longo prazo. A questão é: o que você espera imediatamente e como se sente confortável em fazê-lo?

A vantagem da escola é que o professor recebe um treinamento, todo o suporte da coordenação e um material já pronto e testado previamente. Para o aluno que ainda não decidiu o que quer, ou quem tem um objetivo bem amplo, uma escola pode ser uma ótima pedida, pois é geralmente isso que é oferecido em cursos livres. Além disso, aulas em cursos de idiomas são ótimas do ponto de vista da socialização. De fato, eu atualmente faço um curso de italiano em uma escola, com um grupo de colegas, e para mim isso é ótimo; a oportunidade perfeita para sair de casa e interagir com pessoas. O problema é que muitas vezes esses conteúdos costumam ser menos aprofundados, e existe um cronograma que deve ser cumprido. Se você quer aprender inglês para negócios, ou inglês para o dia-a-dia, uma escola pode oferecer isso com toda a preparação e organização necessária.

Já o profissional que trabalha com aulas particulares tem total liberdade de decidir que materiais usar e como transmitir seu conhecimento. Se você sabe exatamente do que precisa e tem que lidar com grandes desafios de curto prazo, um professor particular pode ser uma ótima opção.Isso pode ser fantástico se seu objetivo imediato for algo especifico como fazer uma viagem ou uma prova, ou treinar para uma apresentação de negócios na sua empresa. O professor particular pode ainda ser uma ótima pedida se você não se adaptou bem ao método da escola e gostaria de tentar abordagens mais abertas, ou ainda você é uma pessoa tímida e/ou mais reservada, ou se tem dificuldade ou facilidade acima da média com línguas, já que na aula particular quem dita o ritmo é o próprio aluno.


Dica de ouro: Se você está estudando inglês, especialmente se tem dificuldade, é normal você sentir que sua falta de progresso no inglês é culpa do professor e/ou da escola quando você sente dificuldade, mas não necessariamente é esse o problema. De fato, eu mesma quando comecei a aprender a dirigir tinha um pensamento constante de que a culpa do meu insucesso no volante era do meu professor, ou da escola, ou dos dois. Até que um dia me dei conta de que a culpa era minha mesmo, que era eu que não me dedicava o suficiente ou ainda não tinha perdido o medo de estar no controle do carro. Quando identifiquei isso, passei menos rigorosa comigo mesma e com os demais, e pude absorver mais conhecimento. Mas mais que isso: passei a entender que a questão central do aprendizado não é apenas o financeiro, o investir num curso, mas também o tempo que pretendemos dedicar aos estudos e saber o que queremos fazer com esse conhecimento.

Sucesso com os estudos!

Quer conversar mais sobre aulas de inglês? Agende uma entrevista gratuita abaixo: